terça-feira, 26 de maio de 2009

Bauru e/ou Londrina


Minha primeira ida para Bauru depois ter uma casa em Londrina foi semana passada, e foi uma delícia. Peguei a estrada umas 11h – horário ótimo porque o sol não está queimando seu braço e os caminhoneiros estão almoçando. Até as obras nas rodovias estão paradas, com os homens alaranjados deliciando suas marmitas embaixo de uma grande árvore. E são várias. Fico pensando no cardápio, e salivo horrores de pensar em um bom arroz com feijão. Mas, calma, já já estou na minha mãe.

Shú veio ótima na volta. Veio na sombra do chão do banco do passageiro. Encostou seu rostinho no banco e veio olhando para mim as quase quatro horas!

Chegando, deu aquela alegria boba de pegar a Getúlio Vargas. Não dá para explicar, mas rola. Até Shú levantou e começou a chorar de agitação. Lentamente, fui vendo uma cidade que amo, porque tem gente e lugares que me fazem feliz, as ruas onde cresci e ainda moro, mas, infelizmente, constatei: Bauru é muito feia.

Tadinha... Tão promissora, bem localizada, com história do trem e tal...

As cidades deveriam se copiar. Ir para outro lugar, ver como se faz, voltar e fazer igual! Deveria ser simples assim. Hoje, peguei um ônibus de Londrina só para ver como era. Cheguei no ponto, tinha informações, entrei, me virei bem e voltei pela mesma avenida (meeedo de me perder!).
É triste ver Bauru com um sistema de transporte municipal ridículo. As pessoas viajam 40 minutos em pé, cheias de sacolas, depois de ficarem no ponto de ônibus embaixo de chuva ou de sol. Sim, porque, na cidade “sem limites”, ponto de ônibus é um pau enfincado na calçada. Não tem informação, não tem banco nem respeito. Não tem nada.

Tudo bem, respirei fundo e cheguei no “meu” predinho! Ah, que satisfação ver Roberto de boné, se adiantando em abrir minha porta e dizendo que o prédio ficou vazio sem a cachorra e eu.

Robert´s desembarcou a Shú (em Londrina, quando chego, é o caos: a cachorra surtada, as malas todas, e eu sempre sozinha!). Fui correndo para a Norma, que havia feito o almoço... Ah, que delícia... Ainda fui fazer unha e dar um trato, mas voltei para buscar a Mileninha da escola. Ela se jogou nos meus braços naquela entrega dela... Tomamos banho, ela gargalhando sozinha. E eu, com plena consciência da emoção daquele momento, gargalhei com ela.

Chegando em casa, percebi que, em Bauru, tenho um latifúndio! Dá para brincar de esconde-esconde naquele espaço todo. Dá até para correr! Pode-se fazer vários pratos porque se tem várias panelas. E copos, taças, xícaras até com infusores. Fora os livros e textos, os cinzeiros e canais de tevê.
Eu fiquei chocada com minha casinha, vendo tudo como se fosse a primeira vez. Até porque me adaptei tão bem no “um-quarto” de Londrina que nem senti falta de tudo isso do cantinho bauruense.
Mas foi bonito ver tudo ali. Tudo meu, construído ao longo dos dez anos, desde que fui morar sozinha, recebidos de presente, comprados com prestações, adquiridos, incorporados pelo tempo.

Na quinta, a aula na Unip foi ótima. Eu estava até com outro pique. Na UEL, sabe-se de todos os concursos, congressos, prêmios para alunos de jornalismo. Já cheguei em Bauru divulgando tudo. Depois da aula, com uma animação sem fim, fui com a Paola no Dublin´s, em uma noite divertidíssima que apenas reforça a tese: a gente sempre se diverte! É só ter um bom som e uma boa bebida – eu e a Pá damos risada grande parte da noite. Eu tomei uma Erdinger, porque queria brindar minha primeira vinda para Bauru já com os pés vermelhos –com a mesma grande e incrível amiga.

Na sexta, a volta tortuosa para Londrina. Cachorra chorando até Espírito Santo do Turvo com um calor absurdo. Vamos lá. Psicologia canina: vou manter a calma para ela sentir... Deu quase certo. Mas parece que Shú não queria voltar para cá. E ela continua chorando to-da vez que saio da minha casa aqui em Londrina. Em Bauru, imagina, ela é a cachorra mais budista do mundo.

Mas, ao entrar na cidade, ao pegar a JK, chegar no meu prédio, pegar minha chave (ah, a chave!...) e pisar no meu apartamento 803, senti que voltava para casa.
Também.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei, amiga!!
Estou amando seus textos "minha vida nova em Londrina"!!!
Sua energia está maravilhosa!!!
See you tomorrow!!!
love you