quinta-feira, 7 de maio de 2009

Diário de estrada 1

Os dias estão corridos entre as várias obrigações e a mínima diversão e ócio das quais eu necessito. Sinto que este blog pode ter uma real finalidade agora: informar os lugares e as reflexões pelas quais estou passando.

Londrina.

Bom, a cidade é muito linda mesmo. Tem quase absolutamente tudo.
Gosto de ler o JL, um jornal tamanho berliner, bem feito, muito bem escrito, com um seção toda dedicada a bichinhos que precisam ser adotados, colunista como o Paulo Briguet e distribuído gratuitamente! Adoro este tipo de democracia.
Também consegui conectar a net da sacada do apartamento da minha irmã. Sei lá, mas me achei meio racker-espertinha usando a conexão alheia. O que não deixa de ser democrático também.

Na UEL, ainda estamos na burocracia. Levei a papelada toda, vou fazer exame médico (eles pedem até RX!), ainda não consigo me situar naquela cidade universitária, tem muita gente bonita, praticamente todos são simpáticos e tem cada árvore, gramado e pracinhas de tirar o fôlego. Tem restaurante universitário de qualidade, uma programação de cinema incrível e até uma capela bem charmosa.

O melhor desta ida para lá foi decidir onde vou morar. Era preocupante morar em uma kitinete nos dias de hoje. Outra coisa: perto da UEL? Queria ficar mais perto do centro. E, em dois dias, achei um apartamentinho mobiliado, muito charmoso, com cama gostosa, cor e vida, além de pessoas legais trabalhando lá. Meia quadra da JK, principal avenida, e, in 10-minute-walking, estou na casa da Mi. Tem uma padoca na esquina, um clima gostoso, um astral bem parecido com o meu.

Comprei um mapa (melhor forma de me situar na cidade), e volto semana que vem levando minha cachorra, malas e cuias. As aulas começam quando eu assinar o contrato.

O maior problema: a estrada. Gosh, não chega nunca! Claro que Londrina não é tão longe, mas é que eu passei tanto tempo na rota Bauru-Assis que meu corpo começa a se cansar assim que eu vou deixando o estado de São Paulo. Adoro cruzar a fronteira com o Paraná, sob o Rio Paranaguá que reflete um sol bonito de se ver... Um pouco depois, vem a outra ponte, sob o rio Tibagi, que também enche meus olhos.

No meio do caminho, alguns desvios e, desta vez, pior: pistas interditadas em que você efetivamente pára, desliga o carro e derrete no sol. Em uma dessas paradas, a cena ridícula que, sometimes, a gente desempenha: um mega-marimbondo entra no meu carro e eu, depois de perceber que não teria frieza suficiente para me manter parada, não tive dúvida, abri a porta e sai correndo. Um caminhoneiro me perguntou se estava “precisando de alguma coisa, moça”. Com certeza, agitei um pouco aquela interdição monótona.

Mais uma coisa meio complicada da estrada: o toca-fitas do carro. As fitas que tenho estão me cansando e, em um determinado trecho entre Ipaussu e Sertanópolis, já no Paraná, simplesmente não existe uma rádio decente. São todas ou religiosas (evangélicas E católicas fervosas), ou sertanejas/axés/sei lá o quê. Não dá para definir aquilo, gente. Para se ter uma idéia, eu clamo para tocar qual-quer pop music boba. Juro mesmo: Skank, Capital Inicial, coisas simples já me ajudam.
Eu gosto da surpresa do rádio, mas realmente, são vários quilômetros sem nada.

Mas, ontem, eu queria mesmo era que Londrina fosse um pouco mais longe, um pouco mais Paraná, um pouco mais Curitiba.
Seria só botar o gorrinho preto e branco e ir ao estádio ver meu Timão, talvez engatar um Oasis no final de semana...
Eu, mudando de Estado - e de estado.

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