quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

last, but not least

Último dia do ano e eu mal dormi...
A tese parece que não termina nunca mesmo.
E o ano não acaba quando as madrugadas - todas - são longas e produtivas.

Só não sei como continuar o blog com todas as mudanças ortográficas.
Não posso buscar referência nem nos meus livros, porque agora eles estão historicamente grafados em brasileiro.

Fico aqui, sem idéia, sem agüentar tanta mudança...

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

comunicadores

Publicitários podem ser geniais mesmo...
Empresto o lema do próximo ano da propaganda do Bradesco:

200inove!

Especial atenção, também, à publicidade do Banco do Brasil na tv, que mostra a tradicional noite de Natal de uma família. No meio, sem nenhum destaque, uma criança com Down. Adorei.
Como no filme "Notas sobre um Escândalo", em que o filho da Cate Blachet tem Down, mas a trama toda corre paralela a ele. Ele é apenas mais uma criança...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ainda em 2008.

Eu quero a paz que eu não tenho. Quero a paz dos outros. Aqui dentro, está tudo calmo. Quase organizado. Mas o mundo cutuca, irrita, destabiliza seu asana. E foi tão difícil chegar aqui... O meio também faz homem. Sonho com um ambiente pra cima. Desenrolo os problemas calmamente. Se possível, olho no olho, com cappucino ou vinho. Me falta um pouco de agressividade... Eu quero nunca mudar isso. Mas preciso aprender a responder ao olhar raivoso do outro. Vou conseguir lidar com gente que vem e desestabiliza, vou ampliar a sensação de que o meu centro continua em mim.
Primeira promessa para 2009.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

bobagens...

Reflexão à lá Millôr:
O que seria de mim sem eu mesma?

Sonho cinematográfico (ainda) não-realizado:
Jogar um copo de uísque na cara de alguém.

Questão filosófica:
Pra quê mudar de ano? Me diz: pra quê?

Eu, ambientalista:
Não está ficando ridículo usar sacolas de plástico no supermercado?

Instante pós-shakespeareano:
Romeu Stanford III saindo do terceiro casamento e Julieta Al-Haddad Hussein, balzaca, e trabalhando em ONG´s.

Pré-pensamento do próximo aniversário:
Acho o 34 tão mais bonitinho que o 35…

Inquietação sobre possuir um apartamento:
Se o prédio acabar, eu fico com um pedaço do céu?

Questionamentos de quem tem sobrinha/o:
Hu-Hu!!! Fiquei pra titia!!!

Na busca da saída perfeita:
De fininho, pela lateral, fique sempre à esquerda e siga reto toda vida….

Pensamento pasquiniano:
Por que a mulher escolhe a melhor calcinha justamente quando está pensando em tirá-la?

A frase que nunca vai calar:
Não há omeletes sem quebra de ovos.

Limitação intransponível:
Música axé.

Dilema emocional:
Se o amor é cego, por que a gente se apaixona através do olhar?

Considerações finais:
Não há mais conclusões.

realismo de fim de ano

Nada consegue apagar o sentimento estranho que o natal deixa no ar.
Não se pode dizer que é tristeza, porque tem festa na maioria das casas.
Mesmo que você não se envolva muito com a mudança que acontece, compras e mais compras, pessoas de fora vindo para cá, comidas estranhas (pelo menos para quem não é fã de carne) à mesa, você acaba envolto no “sistema natal”.

Também não dá para esconder a tristeza das não-festas...
Hoje mesmo, logo cedo, vi um homem sentado na rua, todo sujo, todo doente, lutando para acender um cigarro com fósforos. Dei meu isqueiro para ele, e soltei, ingenuamente, um “feliz natal”. Ele nem se moveu, como se eu não tivesse falado nada.

Talvez as únicas pessoas que são realmente felizes no natal são os recém-pais, que entram na magia das lendas, das histórias bonitas que as crianças amam.

Para mim, só é gostoso pela Laila. Hoje mesmo, estávamos conversando e ela me disse que queria rezar para o papai noel não esquecer dela “de jeito nenhum”...
Coisa linda.
E dá-lhe perguntas sobre o velhinho, sobre as henas, sobre o trenó... Gosh, como minha sobrinha é lindamente curiosa! Eu embarco na viagem dela, até porque lembro claramente como eu amava me trancar no quarto para deixar o papai noel entrar e colocar o presente que minha mãe duramente comprava para as filhas.
Também não me esqueço o dia em que minha mãe me contou que ele não existia, que todas as histórias eram uma fantasia... Não sei quantos anos eu tinha, mas eu fiquei muuuito brava com Norma, tadinha... Disse que ela não deveria ter me contado isso, que eu não queria saber!

Deve ser a partir disso que eu comecei a sentir que a ingenuidade nos é dada e tirada.
Mesmo em uma noite de natal.

ps. tive um sentimento estranho ontem, quando vi que parte do presépio estava assada para a ceia árabe-brasileira: carneiro e costela bovina.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

minhas capitais...

Eu queria morar em uma cidade com a natureza e o estilo do Rio de Janeiro, com a organização e o salário de Brasília, com o clima e a estrutura de Curitiba, e com a localização privilegiada de São Paulo.

É pedir muito?

Na vitrola do meu lap-top, uma música do Itamar Assumpção que eu amo: "Outra Capitais".

Quem quiser final feliz vá pra Florianópolis
Quem quiser pura beleza se pique pra Fortaleza
Quem quiser viver a vida seu lugar é Curitiba
Quem quiser só uma ilha eu recomendo Brasília
Eu já estou cheia demais quem quiser dormir em paz
Que vá pra outras capitais
Quem quiser fugir do frio a Dutra vai dar no Rio
Quem quiser destino alegre que desça pra Porto Alegre
Quem quiser saber da história melhor lugar é Vitória
Quem quiser comer caju é claro que é Aracaju
Eu já estou cheia demais quem quiser dormir em paz
Que vá pra outras capitais
Quem quiser sossego e luz o seu rumo é São Luís
Quem quiser só vida boa que voe pra João Pessoa
Quem quiser nada de mal o seu lugar é Natal
Quem quiser longe a chatice que vá morar no Recife
Eu já estou cheia demais quem quiser dormir em paz
Que vá pra outras capitais
Quem quiser a mente zen que vá pra Belém
Quem quiser curtir duende decerto que é Campo Grande
Quem quiser beber da fonte sossegue em Belo Horizonte
Quem quiser sair da trama embarque para Goiânia
Eu já estou cheia demais quem quiser dormir em paz
Que vá pra outras capitais
Quem quiser só descansar se mande pra Cuiabá
Quem quiser ter boa vista perfeito é Boa Vista
Quem quiser levar à sério que siga pra Porto Velho
Quem quiser lavar a alma o certo é que vá pra Palmas
Eu já estou cheia demais quem quiser dormir em paz
Que vá pra outras capitais
Quem quiser sanar a dor vá sanar em Salvador
Quem quiser mapa da mina descambe pra Teresina
Quem quiser só viajar a lógica é Macapá
Quem quiser entrar no embalo que venha pra mim São Paulo
Eu já estou cheia demais quem quiser dormir em paz
Que vá pra outras capitais

Que Pessoa!

"Tenho tanto sentimento", do Fernando Pessoa, um dos que eu mais gosto.

"Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental
Mas reconheço, ao medir-me
Que tudo isso é pensamento
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos
Uma vida que é vivida, e outra vida que é pensada
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém nos saberá explicar
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."

14 anos atrás...

Seguindo o blog da minha prima (seeeempre!), fiz o exercício proposto pela coluna do Alex Atala na revista Serafina. Vale a pena fazer, ainda mais no final de ano, quando a gente fica fazendo todos os balanços sentimentais possíveis.

EM 1994

Eu era muuuito radical
Eu queria mudar o mundo (é sério!)
Eu tinha um pique absurdo e um desapego juvenil
Eu ia pra lá e pra cá sem pensar
Eu sabia que as coisas não eram para sempre
Eu temia a ignorância - minha e a dos outros
Eu ria menos
Eu esperava que viver ficaria mais fácil com o tempo...
Eu adorava ir ao clube
Eu sonhava que as pessoas voavam comigo
Eu me orgulhava de ser vegetariana
Eu escutava ventos do estrangeiro sonhando em ir abroad
Eu usava modelito hippie
Eu dizia que o conhecimento é o maior bem
Eu lia os clássicos nacionais... Ano do Nelson Rodrigues e Ruy Castro.
Eu assistia nada na TV... era contra (!)...

EM 2008

Eu sou feliz
Eu quero escrever um livro
Eu tenho certeza que minha alma é vegetariana
Eu vou por onde acredito
Eu sei que tem gente e sentimento que é eterno
Eu temo perder algumas pessoas
Eu rio de praticamente absolutamente simplesmente tudo
Eu espero colocar de vez um esporte na minha vida
Eu adoro tomar café, vinho ou água com quem eu gosto
Eu sonho sozinha...
Eu me orgulho de não precisar de muito
Eu escuto sons e capitais do Brasil
Eu uso salto bem alto, all-star, botas, sapatilhas
Eu digo o que não vai me machucar depois
Eu leio de tudo: livro, jornal, site, blog, revista, rótulo de produtos alimentícios...
Eu assisto e adoro TV.


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

poder e violência

Ontem, cheguei da alegria do amigo-secreto na casa da Paola (que foi pura diversão) e entrei na escuridão do documentário "Vlado - 30 Anos Depois".

Chorei.
Sempre choro quando esse assunto vem de uma forma tão forte...

Eu pesquiso a censura já faz um tempo, mas sempre me choca quando o assunto é a tortura.
Deve ser por isso que escolhi o Pasquim, que pouco sofreu diretamente a violência dos militares.

Não me lembro bem quando a Vanessa me deu o livro do "Vlado", organizado pelo Paulo Markun, mas foi há muito tempo. Acredito que estava na faculdade, em meados dos anos 90.
Os depoimentos me chocaram na época, e foram me acompanhando. Minha mãe até enviou o livro para Londres, porque Vlado fez parte da dissertação que eu escrevia para o mestrado.

O "Vlado" continuou sempre por perto. É um daqueles livros que eu não empresto para ninguém. Mas ver, agora, o livro em imagem de documentário, choca de um jeito diferente.

O que mais me impressionou foi a forma com que os militares envolveram aquela turma da TV Cultura e da revista Visão.
Na primeira "leva", prenderam o Markun e a sua esposa, que tinham uma filha de apenas cinco meses!
Markun não agüentou ouvir sua esposa sofrendo torturas (socos, tapas e choque elétrico)... Imagine uma mulher, provavelmente amamentando, longe da sua cria, sendo torturada?
Crueldade.
Foi aí que o jornalista confirmou o nome de Vlado e de outros jornalistas para os milicos maldosos.
E Vladimir Herzog foi preso e morto em poucas horas... Não aceitou assinar nada, confirmar nada... "Choraram Marias e Clarisses..."

Na dissertação de mestrado, eu analisei como a morte dele, censurada nos meios de comunicação, foi para as ruas, rompeu com o silêncio social e moveu o regime para outro caminho.

Mas agora vejo que Vlado não representou apenas a mudança do que ele tanto almejava: a redemocratização.
O final trágico do jornalista judeu foi resultado não só da violência, mas do poder dos militares de envolver todos em uma rede de interdepência fundamentado na dor da tortura e na compaixão do amor.
Muitos seguraram a própria dor, mas não suportaram ouvir os gritos de quem amavam.

Quem agüentaria?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Marcinha da Vila

Uma paródia da música “Mulheres” do Martinho da Vila (paixão da minha mãe).
Livremente adaptado por mim a partir das insatisfações femininas que me rodeiam.

Homens

Já tive homens
De todos calores
De vários tamanhos
Com muitos pudores
Com uns até
Algumas vezes me empolguei
Pra outros apenas
Simplesmente dei...

Já tive homens
Do tipo sacana
Do tipo bacana
Do tipo que me ama
Casado romântico
Solteiro hey hey!
Já tive machões
E até gay...

Homens calados
E desbocados
Homens animados
De noite e de dia
Mas nenhum deles
Completa a gente
Como poderia

Procurei
Em todos os homens
A felicidade
Mas eu encontrei
E me deixou saudade
Se você conhece bem
Logo chega o fim...

Você é
O calo da minha vida
Minha irritação
Você não é sincero
Você é cagão
É tudo que quero
Afastado de mim....

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

os meus formandos

Um dos maiores prazeres em dar aula é a reciprocidade. Na sala de aula, mais do que em uma redação de jornal, ela realmente acontece. Por isso que sempre me choca quando ouço um professor generalizando os alunos, ou realmente não gostando dos ouvintes que se deslocam, toda semana, para nos ver falar, escrever, questionar, julgar cada um deles.

Felizmente, não sofro desse mal. Monto aula com todo prazer do mundo. Tenho dia agendado para isso. Raramente fui para a faculdade desanimada nesses anos de docência. Mais do que isso: sempre saio de lá com uma energia revigorada, ativada, estimulada. É o meu palco.

E lá, na frente dos alunos, eu aprendo sobre as coisas e sobre mim mesma. Aprendo a ouvir e aceitar as diferenças comportamentais. Acima de tudo, eu aprendo que, quem dá, recebe.

Na Unip, tive encontros felizes de reciprocidade, eternizados por duas festas surpresas no meu aniversário, com direito a presentes, frases bonitas, bolo, um buquê de alface, abraços sinceros e bexigas... Quem não se derrete em ver como os alunos se mobilizaram para te fazer uma surpresa tão feliz?

Ontem, tive outra surpresa emocionante: serei a professora homenageada da turma de jornalismo que está se formando. Fiquei com eles só dois semestres, mas tenho em cada um, um carinho especial.

Em todas as faculdades que trabalhei, acabei participando da formatura dos alunos de alguma forma. Fui paraninfa na Fema (em Assis), na USC e na Unesp, em momentos dos quais nunca me esquecerei.

O cerimonial de maior proporção, no entanto, foi quando me elegeram patronesse da FAAC, representando todos os alunos de humanas da Unesp. Era tanta gente lotando o Anfiteatro Guilhermão, e eu sentada naquela mesa de professores que foram também meus mestres...
De beca, com toda a formalidade e importância do evento, tive um dos momentos de maior emoção na minha vida. Proferi um discurso com calma, olhando para meus alunos ali, vários deles chorando, com placas chamando meu nome, com flores e fotos.
A formatura da Unesp é linda... linda.

Ser homenageada agora na Unip não poderia ser melhor...
Aluno, definitivamente, não é leitor reclamão!
É, sim, o verdadeiro receptor.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

HARESHAR

Não sei se é assim que se escrever, mas é assim que se lê.

Hareshar é uma expressão árabe que meus avós usavam - e minha mãe sempre repetiu - quando algo se quebrava dentro da casa. Significa algo como: "deixa quebrar... que todo mal saia dessa casa". É como se você permitisse que o objeto caído fosse embora porque ele vai levar qualquer coisa de ruim que estiver pairando por ali.
A receita é nunca lamentar pelo que se foi...

Há pouco mais de um ano, tive uma época de esbravejar hareshar sempre... As coisas caíam enlouquecidamente na minha casa. Cinzeiros, taças, copos, enfeites e até a tampa de uma panela de vidro quebrou nesse apartamento. Hareshar, hareshar, hareshar...

Há tempos eu não quebrava nada...
Não sei se é porque estou mais centralizada, mais focada, mas os vidros da minha casa permaneceram intactos 2008 inteiro. Mas, isso, eu só percebi hoje cedo, quando quebrei minha caneca das mais antigas. Comprei em Nova York, logo que cheguei lá para estudar. Tinha parte do mapa de Manhattan, e justamente a parte onde estava o apartamento que morei, na esquina entre a rua 13 e a 3a. avenida.
O East Village, indicado pela minha querida Lorinha, foi uma casa incrível, e o lugar que abriga duas faculdades ótimas, a NYU e a New School (também indicação da Van).
O mais incrível é que, anteontem, eu estava sapeando nos sites dessas faculdades, procurando emprego, bolsa de estudos, esperança... Por isso quase fiquei triste, mas logo soltei um hareshar, limpei os restos e direto no lixo.

Servi muitos cafés para quem eu gosto com essa caneca, minha companheira de todas as manhãs... Sem nenhuma trinca, perfeitamente intacta, a mug sobriveu às minhas mudanças todas desde 1998. Da casa dos meus pais para a kitinete, de lá para Londres, de Londres para a casa com o Má, de lá para outra kitinete até que, finalmente, chegamos - eu a e caneca - ao meu atual apartamento.

A história com a mug acaba 10 anos depois, assim como meu visto para os Estados Unidos.
Caneca de americano mesmo...
Hareshar!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

SERIADOS, SÉRIES, JK, DITA-DURA

Seguindo a minha prima Ká, que faz um super blog chamado Karenlândia (a criatividade do título é só o começo...), pensei nos seriados que me atraem.

Coisa gostosa assistir capítulo a capítulo de várias temporadas, e acompanhar as mudanças de vida. Prefiro até pegar em DVD para poder fazer longas sessões com pipoca e vinho.

Não gosto de todos, não. Nem é uma admiração incondicional. Pelo contrário.

Resisti bravamente ao Friends por conta das "risadinhas" engraçadas; detesto o final do Sex and the City; cansei do House; e abandonei o "My Name is Earl" no meio do caminho...

Dos americanos menos famosos, gostei de Six Feet Under, Shark e Weeds.

Mas agora estou em uma fase nacional. Fase de séries.

Acabei de assistir JK, da Globo.

Aquela preciosidade de produção... Várias e várias horas que encenam desde o nascimento até a morte do presidente.

Juscelino é Wagner Moura e José Wilker, que parecem manter uma certa continuidade no estilo de olhar quase nipônico e no abraço com peito estufado.

Oscar Niemeyer, Tancredo Neves, Carlos Lacerda... Todos jovens e encarnados por atores mais, ou menos conhecidos.

O caminho para o golpe militar de 64 é esboçado ali, desde antes do JK assumir, em traços bem finos e com tom modernistas.

Interessante ver alguns tabus da época, roupas, casas, hábitos, os modos de viver...
Importante ver de onde vem uma história, e para onde ela vai. O seriado tem uma extensão maior do que o tradicional filme de duas horas, ou quatro, que seja, e permite mais abordagens, que vão da política à cultura e aos relacionamentos pessoais...

Foi escrito pela Maria Adelaide Amaral, de quem sou fã.

Ano passado, re-assisti Anos Rebeldes, que marcou minha adolescência. Será que é por isso que eu estudei tanto o período de repressão no Brasil? No mestrado e, agora, no doutorado.

Como diz o perspicaz Diego, a dita é dura mesmo!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

esgotamento total

Esgotamento mental: Não sei para onde ir, como (re)começar, nem onde quero passar as férias de janeiro... Os concursos estão pipocando, mas a pergunta é: eu quero morar no Maranhão? Eu quero morar na cinzenta SP? Escolho o emprego ou escolho a cidade? Procuro o que eu quero mesmo fazer ou o que é mais fácil?

Esgotamento físico: Minhas mãos, que estavam reclamando porém trabalhando, praticamente travaram. Pioram com o calor insuportável de Bauru. As horas intermináveis de estudo me de-formaram.

Esgotamento intelectual: Desde segunda-feira, quando entreguei o texto, só corrigi trabalhos dos alunos e me dediquei a apenas uma leitura: a Vogue desse mês. E está linda.

Estou sem brilho e sem força.
Pareço fosca e fraca.

Mas vai passar.
O que um sábado de piscina com caipirinha de sorvete de limão na casa da Paola não cura?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

o resto de mim...

(depois de quatro dias insanos - vulgo: não deixe para o final todos os detalhes de uma tese)...

terminei!
entreguei a tese!
entreguei para Deus - ou melhor, para Zélia!

ainda tem as correções finais, mas o vazio existencial já começa a dar sinais.

achei que voltaria cantando e sorrindo na estrada.

não.
voltei pensativa, derrubei algumas lágrimas...
uma sensação estranha de força e impotência.

a própria orientadora, ao ver meu olhar perdido de quem só tem dormido três horas por dia, disse para eu comemorar.

comemorar o quê?
quem me conhece, sabe: não fiz doutorado para ter um título.

fiz porque amo estudar...

queria ser eternamente aluna.