sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Haja café!

- definida minha banca: Max Lindo, Tânia Incrível, uma da USP (não conheço, mas é respeitadíssima) e um da UEL (já li a tese dele...). Como manda o protocolo, dois "da casa" (unespianos) e dois professores convidados.

- definida a data de entrega do texto completo para a orientadora: 30 de novembro.

- definida a segunda-feira que eu vou protocolar as cópias da tese: 10 de janeiro.

- quase confirmada a data da defesa: 03 de março.

- certeza absoluta de uma "banca difícil" (palavras da minha chefona).

O resto, é dúvida.


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

CONTROL Z


Parece nome de banda de rock emo, mas é da ferramenta “CTRL Z” do computador que estou falando.
CTRL Z é aquela combinação mágica de duas teclas que desfaz as últimas coisas que você fez no computador.
Apagou o que não deveria? CTRL Z!
Exagerou no tratamento de alguma imagem? CTRL Z! CTRL Z! CTRL Z!

Na diagramação dos trabalhos na Unip semana passada, eu e Diego, meu aluno tão querido, ficamos admirando esta façanha.

Depois, fiquei pensando como seria se pudéssemos ter um CTRL Z para cada categoria da nossa vida.
Arrependeu-se, é só apagar.

Na vida amorosa, poderia ser maravilhoso.
Mandou uma mensagem raivosa? Falou demais naquela discussão que já estava ganha? CTRL Z!
Não sabe se deve se entregar a alguém? Se joga! Qualquer arrependimento, you have the CTRL Z LOVER!

No mundo profissional também seria incrível.
Talvez não ficaríamos tão receosos de entrar em um novo projeto se pudéssemos contar com o CTRL Z PRO, que apaga, quase sem vestígios, os caminhos errados para dar coerência à nossa carreira.

O CTRL Z B&S (Body and Soul), para mim, seria ótimo. Tenho estômago fraco e, qualquer problema, ao menor sinal de enjôo eu poderia retornar ao prato que me fez mal e recusá-lo... Também seria bom para parar um pouco quando percebemos que nossa alma está cansada dos afazeres do mundo moderno... CTRL Z, volta uma ou duas tarefas, delega algumas coisas, relaxa e goza...

Fiquei só com dúvida em relação ao CTRL Z PUBLIC AFFAIRS. Ficar mudando os rumos políticos resultaria, no mínimo, em uma pane no mundo. Mas seria interessante apagar as obras superfaturadas com apenas duas teclas, não?

***************

Com a máquina de escrever, a preocupação com o que se escrevia era bem maior do que agora, quando posso apagar, voltar, desfazer qualquer coisa na maquininha cheia de controle e segurança.
O CTRL Z acaba com a angústia de quem precisa escolher. Oferece uma opção de retorno a estados anteriores – atitude que tentamos na vida real e quase nunca conseguimos.

Na vida sem back-ups, só mesmo fazendo escolhas verdadeiras para não se ver implorando por um CTRL Z WHATEVER!

sábado, 25 de outubro de 2008

FACTÓIDES POLÍTICOS

O CQC diz que ele tem cara de coveiro.
Eu acho que se parece, e muito, com o Ming, um cachorro pequinês que minha irmã tinha.

Fotogênico ou não, José Serra é o mascote da campanha do PSDB. No sábado que antecede a votação, tanto no primeiro quanto no segundo turno, ele volta para os jornais locais.

Fica fácil construir um factóide e ganhar a tão sonhada capa: assesssores avisam toda a imprensa que o governador vem para Bauru dar apoio para o candidato tucano daqui.
Divulgam a agenda, organizam a sexta-feira dos jornalistas, facilitam o contato e, como em um passe de mágica, lá estão eles novamente, na parte mais nobre do jornal.

Aliás, a campanha que mais criou factóides foi mesmo a do Caio. Só nesta semana, recebi cerca de 20 emails tentando difamar o Rodrigo e a Estela.

Tentaram até inverter a história política dos dois partidos: atribuíram, ao jovem candidato, o rótulo de pertencer ao “mesmo grupo político”, de querer privatizar o DAE, de possivelmente não terminar os 4 anos na prefeitura... O Serra e o Tobias são novos na política? Falar de privatização? E quem foi mesmo que não terminou a gerência da cidade de São Paulo?

Mesmo não resistindo aos encantos do governador, os dois jornais de Bauru se diferenciam – e muito – ao tratarem a visita na capa.
O JC mostra os tucanos sorrindo, abraçando uma eleitora simples. O protesto da polícia vira um problema de gás pimenta, em uma chamada menor e desvinculada do governador.
O BD acerta na foto e na chamada, ao mostrar o protesto ali, no corpo a corpo com Caio, Serra e Curry.

E é isso que sempre me manteve afastada do PSDB, um partido que vive de factóides. A Fatec é o maior exemplo. Oferece um só curso em Bauru, poucas vagas, com inscrição de R$ 90, e quer ser apresentar como se já estivesse salvando a juventude.
Acreditaria muito mais se o partido investisse no que já existe. O Colégio Técnico, as universidades, os hospitais sucateados, o ensino fundamental anti-repetência...

Again:
“Não se sacia a fome lambendo pão pintado”
Santo Agostinho

Agostinho...
Agostinho...
Agostinho...

Entenderam... rsrs...

Boa eleição!
E que vença o mais votado!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

DEAD-LINE!!!

Acabo de receber um email da UNESP dizendo que minha defesa deve ser ATÉ dia 28 de fevereiro de 2009, também conhecida como sexta-feira pós-Carnaval! Ou seja, se eu não quiser acabar com a folia da minha banca, meu prazo é, no máximo, até dia 20 de fevereiro, antes dos Acadêmicos do Tucuruvi da História Moderna caírem no samba.

É mole?

Se eu preciso defender até dia 20, preciso antes protocolar para a banca ler, mas, antes de entregar a versão final, preciso de uns dias para a impressão dos 8 (OITO) exemplares, mas, antes de imprimir, a minha orientadora precisa revisar e, antes da Zélia ler o texto final, preciso passar para a Aninha revisar e botar no formato ABNT...
Ou seja, meu prazo encolhe cada vez que penso nele.

A UNESP é engraçada... Vai tirando alguns dias, uma semana, e atrapalhando a vida. Na qualificação, foi a mesma coisa: meu prazo foi reduzido em mais de uma semana. E olha que, para quem está estudando, um dia faz tanta diferença...

Meu prazo inicial era 10 de março. Passei para o dia 5 e, agora, me mudaram até de mês: fui para a turma que defende em fevereiro.
Só não entendo o motivo, já que devo ter sido uma das últimas a receber a tal bolsa da Capes.

Vou precisar me recolher, fechar minha alma e mente na ostra da minha tese.
Preciso encontrar a minha pérola ou me transformar em uma.
Preciso da concentração do mundo a meu favor.
Viver, pelo menos por um tempo, lá na década de 70...

Preciso de inspiração, iluminação, concepção e finalização.
Preciso de calma e isolamento.
Infelizmente ou não, só sei estudar assim: imersa, inteira e intensamente.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Voto suuuuuuper válido!

Constatação interessantíssima: meus candidatos, agora, ganham as eleições!
Não de uma forma pontual, mas, sim, de uma maneira geral, meus heróis estão no poder.

Não fui acostumada a vencer, não. Comecei a votar na esquerda com ela sempre perdendo. Suplicy, Mercadante, Genoíno, Aldo... Tentei de todas as formas botar um deles para governar São Paulo – em vão.
Sempre o PSDB vencia... Ainda vence.

Mas, a cada eleição, eu via, pouco a pouco, alguns conseguirem ser eleitos. Senador, deputado federal, e, em Bauru, eu comecei a eleger os vereadores.
Meu primeiro voto vitorioso deve ter sido para o próprio Rodrigo. Majô também teve meu apoio para chegar à Câmara Municipal.

Acho que sempre tive alguma sorte com meus votos para cargos legislativos, mas, para os executivos, eu raramente ajudava a eleger alguém.

O marco, mesmo, foi quando o Lula venceu as eleições em 2002.
Eu já me envolvia com a eleição do “barba” desde 1989, quando eu, ainda brotinho, não parava de cantar a música da campanha mais interessante da história política do Brasil. Eu ficava maravilhada em ver todos os artistas da Globo, o Chico Buarque, todos com a camiseta do PT (que eu também tinha), com o rosto cheio de esperança, a estrela brilhando...
Era a primeira eleição livre para presidente depois dos 25 anos de ditadura militar.

Lembro de implorar para meus pais e minha irmã votarem nele... Eu ainda não tinha título. Mas as mulheres da minha família já estavam enfeitiçadas pela beleza e vitalidade do Collor. Meu pai, não lembro bem, mas votou ou no Covas ou no Afif (“Juntos, chegaremos lá!). Foi uma eleição cheia de candidatos fortes. Além desses, Roberto Freire e Ulisses Guimarães também concorriam.
O desconhecido Fernandinho ganhou e, o resto da história, todos conhecem... Herdamos Itamar Franco: o presidente solteirão.
Aí veio o outro Fernando – dessa vez, acadêmico, todo respeitável, conhecido, com uma história quase bonita. Tucano, ele levou toda a minha família - desta vez, até meu pai! Com o título na mão, votei de vermelho e perdi.
FHC conseguiu aprovar a reeleição para ele mesmo, manter o dólar a R$ 1 e, em 98, venceu novamente. E eu perdi de novo. As pessoas tinham medo do Lula. O resto da história, todo mundo também lembra: ele toma posse, libera o câmbio e o dólar dispara.
Em 2002, quando concorreu com Serra, Lula já era outro. Bem mais preparado, conduziu uma campanha direcionada para ganhar o público que ainda não tinha e que o mantinha afastado do poder. Nem o “efeito Lula” atrapalhou a chegada de um caminho tão longo...
Eu e minha querida amiga Dani Guedes pudemos, pela primeira vez, esbravejar que ele iria, sim, ganhar. Dani até me deu um brinquinho do PT. Somos irmãs de cabeça.
Conseguiu. Conseguimos.
A apuração e a posse do “barba” me emocionaram como se eu, de alguma forma, estivesse ali, representada, dando o tom para o país que eu moro, acreditando...

Agora, vou eleger o meu primeiro prefeito. Rodrigo deve ganhar domingo, felizmente. Vou comemorar duplamente: primeiro porque eu gosto dele como pessoa. Sempre gostei. Um cara que sempre encontrei nos eventos da Apae, onde a minha Mileninha estuda, e que tem uma história de crescimento admirável.
Acho que entrevistei Rodrigo pela primeira vez em 1998, no Jornal da Cidade. Fiquei, de cara, impressionada pela dedicação do ambientalista jovem. Ele tinha uns 20 anos. Lembro que ele não poupava esforços para fornecer material, trabalhar, dar entrevista... Nunca foi estrela nem invasivo, como alguns entrevistados que pedem para colocar tal foto, tal informação...
Em segundo lugar, porque um querido ex-aluno, o Fernando Oliver, está fazendo a campanha do Rodrigo que, sinceramente, fez toda a diferença nesta eleição.

Não sei se fico feliz ou triste por ver meus heróis deixando a overdose de lado e chegando ao poder, invertendo a ordem do Cazuza. Será que estou envelhecendo mesmo? Ou será que as pessoas estão questionando o voto dado, o candidato fácil, “sem riscos”, o “já ganhou”, os preservadores de um discurso que já não convence, já não engana, já nem elege...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dedico minha tese...

Abro, procuro, acho, leio, releio e analiso teses dos outros na tentativa de terminar a minha.
Ajuda um pouco...
Tenho um exemplo incrível, que é da Mariza Bianconcini, dona de uma tese sobre o Antigo Testamento que é revolucionária no seu formato. Com pouquíssimas notas de rodapé, o texto da letrista corre, flui e inebria o leitor, que fica chocado com o domínio que ela tem do que fala.
As outras teses são mais comuns. Anunciam, logo no primeiro parágrafo, a que vieram – como se fosse uma matéria de jornal. Seguem com sua linguagem formal, suas construções rebuscadas e com a distância que criam com o possível leitor.
Eu, como não consigo negar em nenhum momento meu texto coloquial, evidencio meu “eu jornalista” sem medo. Fica menos difícil. Ou, pelo menos, mais justificável no meio dos historiadores.

Uma parte da tese é complicada: a dedicatória, que sempre envolve uma ou até duas páginas da tese...
Quem tem tanto amigo?
E quanta ajuda!...

Agradece-se até o primo da secretária da biblioteca de alguma universidade que nunca terá acesso ao texto. Agradece-se ao marido, esposa, noiva(o), namorada(o) pela “compreensão”... Fico imaginando as brigas homéricas dos relacionamentos que envolvem uma vida acadêmica paralela: “Ou ela (a tese) ou eu!”.

Mas quem consegue, de bem pertinho, compreender e/ou respeitar uma situação tão neurótica quanto a feitura de uma tese de doutorado?

Em Londres, no meu mestrado, só pude agradecer a quem colaborou academicamente com a pesquisa. Regra das universidades de lá. Família, amigos e cônjuges eram totalmente vetados. Achei interessante e, com certeza, mais fácil.

Até acredito que algumas pessoas merecem uma dedicatória. Bons orientadores, instituições que bancaram a pesquisa e até amigos e pessoas que acabaram se envolvendo de verdade no processo.

Se pudesse ter feito a dedicatória da minha dissertação de mestrado, por exemplo, dedicaria ao Má, meu marido na época e companheiro das neuroses todas da produção acadêmica. Melhor: neurosis! Tudo em inglês! E ele lá, firme e forte questionando minha visão sobre o Gramsci.

Mas agora, no final desses 4 anos de doutorado, questiono quem agradecer.
É tanto tempo... Tantas situações aconteceram e mudaram...
Me mudaram.

Devo agradecer à CAPES, pela bolsa no finalzinho desse longo processo?
À família, que tenta entender, tenta respeitar algo tão distante deles?
Aos médicos, que demoraram looongos meses para descobrirem porque eu tinha febre todo santo dia?
Ao fato de precisar trabalhar e não poder me decicar só à tese?

Aos amores, que mais atrapalharam do que ajudaram?

Uma colega escreveu, na abertura da dissertação do mestrado, que dedicava o trabalho para aqueles que duvidaram dela, porque eles foram um alimento para ela.

Muito ácido.
Não sei se sou tão amarga assim.

Talvez eu agradeça aos doidos que começaram o PASQUIM, por terem comprovado os motivos pelos quais escolhi jornalismo aos 17 anos de juventude.

E continuo escolhendo...

sábado, 11 de outubro de 2008

KAOS

Vertigem de tempo na leveza dos dias.
Esforço com paixão.
Mãos executando e se cansando, se casando...
Dos cafés para o vinho. E, no tinto argentino, novos aromas, novas idéias e a tristeza do não-saber.
Sempre com muita água. E muitos cigarros.

Por que cansas tão facilmente, Márcia?
Por que não cansas NUNCA?
Como ter intensidade e despreendimento no mesmo being?

A dualidade vira alimento na alma de quem pára de negá-la.
É puro combustível.
Transforma-se em grau de estabilidade e armadura.
Aqui dentro, estou aceita, inteira, orgânica.

O kaos, de verdade, está lá fora.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

NAS MINHAS MÃOS


Está aqui, nas minhas mãos, o original, o eterno, O PASQUIM: minha paixão, meu estudo, minha inquietação.


Que delícia manuseá-lo! Ainda mais essa edição, que foi publicada quando todos os redatores estavam presos pela ditadura.

Pegar nas minhas mãos essa história é emoção pura.



HOMENS SÃO DE MARTE... ENTÃO É PARA LÁ QUE EU VOU!

Homem que é homem diz e faz.
Chega, entra e sai, sem (des)culpa nem mentira.
É isso: homem que é homem não precisa mentir.
Vem, olha e pega, sem dó nem peso.

Homem que é homem sabe olhar a mulher. Sabe desejar cada partezinha de nossa existência. Sim, porque nós somos feitas de mííínimos detalhes. Homem não pode se preocupar mais com sua existência material do que com essa graça que tentamos, sempre, exalar.


Gosto de homem que não desiste. Que espera com gosto, com sorriso e bom humor. Que vem com ginga, e exerce, mesmo nos mais simples momentos e gestos, o ato da conquista.
Homem que é homem sabe conquistar.
E sabe fazer a mulher rir.

A Pá me disse que o grande homem é aquele que estimula o melhor de nós mesmas.
Concordo plenamente. Principalmente depois de ter conhecido homens que, sinceramente, pouco tinham de masculinidade. Ao olhar um pouco mais atento, mostravam-se suscetíveis da pior forma possível. Quando desnudados de sua aparente força, caiam como patinhos frágeis atrás de uma asa qualquer.
E não tem nada mais feio do que a fragilidade masculina não assumida, aquela que vem mascarada de desculpas e esconderijos.

Odeio homem-mulherzinha.

Homem que é homem não se esconde por trás das palavras. Sabe usá-las como mestre e diz com o olhar. Penetra com força vendo a alma da mulher, ali, ex-posta.

Feliz, agradecemos pelos homens-homens, essa nova categoria, já em extinção, que não tem medo da sua macheza nem da nossa feminilidade. Que é forte e quer o forte. Que é sensível e quer a nossa doçura, nosso cheiro, nosso nexo.

Resumindo: homem que é homem não deixa dúvida.
Deixa vontade.

UMA ELEIÇÃO DIFERENTE

Acho mais fácil definir as pessoas por quem elas votam para vereador do que para prefeito. Na verdade, as influências para se votar no comandante do cargo executivo têm muito a ver com uma força grupal. Você faz parte de uma tribo - dos tucanos, dos populistas, dos esquerdistas, dos conservadores – e pontua com seus iguais. Tem gente que leva em consideração quem está ganhando, para não jogar o “voto fora”; ou vota em alguém para evitar que outro ganhe. Parece pôquer. Você finge uma coisa para conseguir outra.

Para vereador, a individualidade se revela porque as opções são muitas e pulverizadas: vota-se no vizinho, no amigo, no parente, no ex-colega de trabalho, no pastor... Eu mesma conheço umas cinco pessoas que eu poderia pensar em votar por uma proximidade qualquer. Propostas de trabalho na Câmara Municipal, histórico de envolvimento com assuntos políticos ou mesmo o partido do qual faz parte, pouco importam. Dá-se, de alguma forma, um voto de confiança para alguém. As simple as that.

...

Geralmente me envolvo muito com eleição. Deve ser porque a primeira eleição que acompanhei como gente grande foi a do Lula com o Collor. Primeira eleição democrática pós-ditadura. Única. Todos os artistas fazendo propaganda na tv para o PT. A campanha da Globo pelo “caçador de marajás”... Não tinha como não se envolver. Passei a ir votar com a cor do partido. Cheguei até a botar batom vermelho na boca, coisa que fiz poucas vezes na vida.
Hoje, fui votar de um jeito diferente. Estava com um astral batendo no teto e uma alegria que chegava a transbordar dentro de mim. Estou chegando a um estágio de plenitude enorme. Estou conseguindo ser inteira in each and every moment... Até quando assisto tv. Tento mesmo, e tem acontecido.
A política também me importava bastante nesse domingo chuvoso. I can´t help it. Não importa onde eu esteja nem com quem, eu ligo o rádio, quero ir votar cedo, fico inquieta e temo que dê um pane no sistema das urnas e eu não possa CONFIRMAR...
Mas vim de um sábado diferente. Liguei FM, mas pouco ouvi, e só cheguei no Silvério São João às 4h da tarde. Amo voltar e votar na sala em que estudei na quinta ou na sexta série.
Fui chegando devagar, olhando aquela pasta que se formou na rua, dos santinhos dos partidos com a chuva que caiu, e pensando que iria votar no que acredito, sem grandes análises ou proximidades com alguém.
Andava olhando para baixo, pasma com a sujeira, e procurava o número dos meus candidatos, mas eles não estavam sujando o chão da rua em que cresci. Tive certeza de que estava votando certo.
Fui em Gazzetta e Sandro Fernandes, sem vestir nem verde nem vermelho. Mas acreditei. Que merda que, para se escolher na hora do CONFIRMA, são tantos os motivos.
Pelo menos o Rodrigo Agostinho evitou que a Rosa, com seu Cravo, entrassem na política de novo.
Quero ver os jornais nesse segundo turno, porque teve uma capa de sábado que, para mim, era caso de polícia. Colocar o Caio Coube apertando mão de eleitores na capa do jornal em plena véspera da eleição é tão grave quanto um juiz tentar adiantar uma sentença.
Disgusting.
Detesto.

...

Como ando repetindo por aí, “não se sacia a fome lambendo pão pintado”.

Sei lá...

Eu, pelo menos, só gosto de lamber o que eu puder morder! rs..