quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Voto suuuuuuper válido!

Constatação interessantíssima: meus candidatos, agora, ganham as eleições!
Não de uma forma pontual, mas, sim, de uma maneira geral, meus heróis estão no poder.

Não fui acostumada a vencer, não. Comecei a votar na esquerda com ela sempre perdendo. Suplicy, Mercadante, Genoíno, Aldo... Tentei de todas as formas botar um deles para governar São Paulo – em vão.
Sempre o PSDB vencia... Ainda vence.

Mas, a cada eleição, eu via, pouco a pouco, alguns conseguirem ser eleitos. Senador, deputado federal, e, em Bauru, eu comecei a eleger os vereadores.
Meu primeiro voto vitorioso deve ter sido para o próprio Rodrigo. Majô também teve meu apoio para chegar à Câmara Municipal.

Acho que sempre tive alguma sorte com meus votos para cargos legislativos, mas, para os executivos, eu raramente ajudava a eleger alguém.

O marco, mesmo, foi quando o Lula venceu as eleições em 2002.
Eu já me envolvia com a eleição do “barba” desde 1989, quando eu, ainda brotinho, não parava de cantar a música da campanha mais interessante da história política do Brasil. Eu ficava maravilhada em ver todos os artistas da Globo, o Chico Buarque, todos com a camiseta do PT (que eu também tinha), com o rosto cheio de esperança, a estrela brilhando...
Era a primeira eleição livre para presidente depois dos 25 anos de ditadura militar.

Lembro de implorar para meus pais e minha irmã votarem nele... Eu ainda não tinha título. Mas as mulheres da minha família já estavam enfeitiçadas pela beleza e vitalidade do Collor. Meu pai, não lembro bem, mas votou ou no Covas ou no Afif (“Juntos, chegaremos lá!). Foi uma eleição cheia de candidatos fortes. Além desses, Roberto Freire e Ulisses Guimarães também concorriam.
O desconhecido Fernandinho ganhou e, o resto da história, todos conhecem... Herdamos Itamar Franco: o presidente solteirão.
Aí veio o outro Fernando – dessa vez, acadêmico, todo respeitável, conhecido, com uma história quase bonita. Tucano, ele levou toda a minha família - desta vez, até meu pai! Com o título na mão, votei de vermelho e perdi.
FHC conseguiu aprovar a reeleição para ele mesmo, manter o dólar a R$ 1 e, em 98, venceu novamente. E eu perdi de novo. As pessoas tinham medo do Lula. O resto da história, todo mundo também lembra: ele toma posse, libera o câmbio e o dólar dispara.
Em 2002, quando concorreu com Serra, Lula já era outro. Bem mais preparado, conduziu uma campanha direcionada para ganhar o público que ainda não tinha e que o mantinha afastado do poder. Nem o “efeito Lula” atrapalhou a chegada de um caminho tão longo...
Eu e minha querida amiga Dani Guedes pudemos, pela primeira vez, esbravejar que ele iria, sim, ganhar. Dani até me deu um brinquinho do PT. Somos irmãs de cabeça.
Conseguiu. Conseguimos.
A apuração e a posse do “barba” me emocionaram como se eu, de alguma forma, estivesse ali, representada, dando o tom para o país que eu moro, acreditando...

Agora, vou eleger o meu primeiro prefeito. Rodrigo deve ganhar domingo, felizmente. Vou comemorar duplamente: primeiro porque eu gosto dele como pessoa. Sempre gostei. Um cara que sempre encontrei nos eventos da Apae, onde a minha Mileninha estuda, e que tem uma história de crescimento admirável.
Acho que entrevistei Rodrigo pela primeira vez em 1998, no Jornal da Cidade. Fiquei, de cara, impressionada pela dedicação do ambientalista jovem. Ele tinha uns 20 anos. Lembro que ele não poupava esforços para fornecer material, trabalhar, dar entrevista... Nunca foi estrela nem invasivo, como alguns entrevistados que pedem para colocar tal foto, tal informação...
Em segundo lugar, porque um querido ex-aluno, o Fernando Oliver, está fazendo a campanha do Rodrigo que, sinceramente, fez toda a diferença nesta eleição.

Não sei se fico feliz ou triste por ver meus heróis deixando a overdose de lado e chegando ao poder, invertendo a ordem do Cazuza. Será que estou envelhecendo mesmo? Ou será que as pessoas estão questionando o voto dado, o candidato fácil, “sem riscos”, o “já ganhou”, os preservadores de um discurso que já não convence, já não engana, já nem elege...

Um comentário:

Cristina Guedes ABREU disse...

Má... vc é sensacional!!!
Amo
Bjo