segunda-feira, 6 de outubro de 2008

UMA ELEIÇÃO DIFERENTE

Acho mais fácil definir as pessoas por quem elas votam para vereador do que para prefeito. Na verdade, as influências para se votar no comandante do cargo executivo têm muito a ver com uma força grupal. Você faz parte de uma tribo - dos tucanos, dos populistas, dos esquerdistas, dos conservadores – e pontua com seus iguais. Tem gente que leva em consideração quem está ganhando, para não jogar o “voto fora”; ou vota em alguém para evitar que outro ganhe. Parece pôquer. Você finge uma coisa para conseguir outra.

Para vereador, a individualidade se revela porque as opções são muitas e pulverizadas: vota-se no vizinho, no amigo, no parente, no ex-colega de trabalho, no pastor... Eu mesma conheço umas cinco pessoas que eu poderia pensar em votar por uma proximidade qualquer. Propostas de trabalho na Câmara Municipal, histórico de envolvimento com assuntos políticos ou mesmo o partido do qual faz parte, pouco importam. Dá-se, de alguma forma, um voto de confiança para alguém. As simple as that.

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Geralmente me envolvo muito com eleição. Deve ser porque a primeira eleição que acompanhei como gente grande foi a do Lula com o Collor. Primeira eleição democrática pós-ditadura. Única. Todos os artistas fazendo propaganda na tv para o PT. A campanha da Globo pelo “caçador de marajás”... Não tinha como não se envolver. Passei a ir votar com a cor do partido. Cheguei até a botar batom vermelho na boca, coisa que fiz poucas vezes na vida.
Hoje, fui votar de um jeito diferente. Estava com um astral batendo no teto e uma alegria que chegava a transbordar dentro de mim. Estou chegando a um estágio de plenitude enorme. Estou conseguindo ser inteira in each and every moment... Até quando assisto tv. Tento mesmo, e tem acontecido.
A política também me importava bastante nesse domingo chuvoso. I can´t help it. Não importa onde eu esteja nem com quem, eu ligo o rádio, quero ir votar cedo, fico inquieta e temo que dê um pane no sistema das urnas e eu não possa CONFIRMAR...
Mas vim de um sábado diferente. Liguei FM, mas pouco ouvi, e só cheguei no Silvério São João às 4h da tarde. Amo voltar e votar na sala em que estudei na quinta ou na sexta série.
Fui chegando devagar, olhando aquela pasta que se formou na rua, dos santinhos dos partidos com a chuva que caiu, e pensando que iria votar no que acredito, sem grandes análises ou proximidades com alguém.
Andava olhando para baixo, pasma com a sujeira, e procurava o número dos meus candidatos, mas eles não estavam sujando o chão da rua em que cresci. Tive certeza de que estava votando certo.
Fui em Gazzetta e Sandro Fernandes, sem vestir nem verde nem vermelho. Mas acreditei. Que merda que, para se escolher na hora do CONFIRMA, são tantos os motivos.
Pelo menos o Rodrigo Agostinho evitou que a Rosa, com seu Cravo, entrassem na política de novo.
Quero ver os jornais nesse segundo turno, porque teve uma capa de sábado que, para mim, era caso de polícia. Colocar o Caio Coube apertando mão de eleitores na capa do jornal em plena véspera da eleição é tão grave quanto um juiz tentar adiantar uma sentença.
Disgusting.
Detesto.

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Como ando repetindo por aí, “não se sacia a fome lambendo pão pintado”.

Sei lá...

Eu, pelo menos, só gosto de lamber o que eu puder morder! rs..

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