terça-feira, 29 de junho de 2010

Lances da Campanha

Primeiro, o PSDB fica naquele lenga-lenga entre José Serra e Aécio Neves pra presidência. Indica Serra e manda o mineiro para o banco de reservas. Depois, fica masturbando a história do vice e cogita ser uma mulher, claro. Qual? Bem, como não se acha ninguém, logo se volta novamente os olhos para Aécio, sempre Aécio, mas não seria o caso... Continua a indecisão. E, como se não bastasse, depois de finalmente anunciar o desejo de ter Álvaro Dias (do próprio PSDB) para vice, os tucanos entram numa fria retuitada com o DEM - fato que ajuda a jogar lama em uma campanha que começa mal. Ao ser questionado sobre o senador paranaense, na própria sexta-feira do anúncio, Serra foi pior do que qualquer marqueteiro mequetrefe orientaria. Disse, simplesmente: “É um bom nome”.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

PRrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!

Fui procurar onde fica Tamarana, no Paraná, por interesse jornalístico, e acabei caindo na gargalhada de forma desmedida. Passei mal de rir.

Tamarana fica a sul de Londrina - não tão distante daqui. Mas o lance é olhar os nomes das cidades da região. Gente, de verdade, o Paraná tem uma criatividade única para titular os municípios - principalmente os mini. Vamos a alguns deles - apenas alguns:

- Califórnia (a pessoa pode dizer que é californiano...)
- Marilândia do Sul (e a o norte? e quem era Mari?)
- Pitanga (já nasce fruta)
- Reserva (aí eu já tô gostando....)
- Ortigueira (não sei, me lembra alergia, coçeira)
- Faxinal (nem ferrando...)
- Catanduvas
- Prudentópolis (estes dois últimos, em homenagem ao estado de São Paulo, só pode)
- Ventania (terra dos cabelos despenteados)
- Tomazina (n.a.d)
- Terra Boa (e por que não seria?)
- Sarandi (parece nome de pousada na Ilha do Mel ou em Brotas)
- Quedas (para quando bater a deprê)
- Assis Chateaubriant
- Capanema (estes dois últimos, para mostrar o poder da comunicação no Estado)
- Assaí (com dois esses, e nem sei se dá energia...)
- Glória de Dourados (não é perto de Tamarana, mas achei insano suficiente para colocar aqui).

terça-feira, 15 de junho de 2010

Paixão e/de/no/pelo futebol

Adoro futebol. Entendo pouco, mas tenho orgulho, porque sei que evoluí muito nos últimos mundiais. Mas queria ser homem só para saber a escalação da Copa de 70 de cor. Não sei, e, como mulherzinha, me contento em curtir o Corinthians, ler o Lance! e xingar o juiz. De boca cheia.

Nas Copas do Mundo, o clima é outro. Já fui mais animada e nacionalista. Me vestia toda de verde e amarelo – meio ridícula, devo admitir – mas não sabia picas. No mundial de 90, tinha uma grande turma que fazia uma festa por jogo – e, depois, a comemoração era no BB Batatas. Eu tinha uns 16 aninhos, e nem imaginava o que era um impedimento. Mas foi ali, em uma das comemorações, que eu me apaixonei pela primeira vez.

Já na Copa de 94, eu estava no primeiro ano da faculdade de jornalismo na Unesp. Namorava o Mário, e todas as minhas amigas tinham namorados “firmes”, como o meu. Nos reuníamos, geralmente na Paola, e era muita pipoca, cerveja e caipirinhas. Ganhamos da Itália, mas eu ainda não entendia o lance das prorrogações e as regras que nos levaram à vitória. Mas adorei os pênaltis – fáceis de entender.

Já em 98, a felicidade plena. Estava em Nova York, e assisti aos jogos em diferentes situações – todas nos bares da cidade. Um deles foi com o pessoal do Manhattan Connection; outro, foi com a Dany Gorla que estava me visitando; no outro, fui com o holandês que acabou virando meu namorado ali, entre um gol e outro, me acompanhando até na vitória do Brasil com a Holanda. Mas, na final, lembro até hoje: fui sozinha em um bar que amava, na rua 14, e só depois de alguns minutos de jogo percebi que só tinha francês. Voltei para casa, eu e minha camisa brasileira, ouvindo todos me dizendo: “not a good Day to Brazil”, “what a pitty”, “too bad today”, “what the hell happened?”....

Superei a frustração e fui com tudo para a Copa de 2002, também marcante para mim. Assisti grande parte dos jogos na estrada, porque dava aulas em Sumaré (região de Campinas) e Assis. E que delícia é ouvir jogos no rádio! Foi ali que despertei essa paixão. E, quando o Brasil fazia gol, era um tal de todo mundo buzinar que a estrada virava festa, com todo mundo correndo, no máximo, 80km/hora. Até parei em um posto cheio de caminheiros, no jogo com a China, que foi de goleada, para vibrar com os trabalhadores que não podem estar em casa nessa hora. Gostei mais do que a final – que assisti em casa, com meu marido na época.

Quando chegou 2006, eu atingi meu ápice dos mundiais. Grande parte dos jogos eu vi na redação do BOM DIA, com a turminha de melhores jornalistas com quem trabalhei. Meia hora antes do jogo, o povo já começava a estourar pipoca e buscar a cerveja no boteco do lado. Fora os bolões que rolavam entre todos – eu ganhei uns quase 200 paus só no chute. E ainda tinha a coluna do jornal em que todas as mulheres da redação escreviam: “Lugar de mulher é na Copa” (usado pelo canal GNT neste mundial). Adorava escrever. E,quando não estava na redação, quando tinha uma folga, assistia em casa, com o namorado João, por quem eu era absolutamente apaixonada. Brasil perdeu, mas eu ganhei muito nesta Copa: aprendi a pensar uma cobertura jornalística local para o evento mundial, vi jogos bonitos com gente que eu amava, e acumulei histórias.

O que será de 2010?
Em Londrina. Na UEL. Radiojornal e a cobertura. Copa no meio do Filo e fechamento de semestre. Primeiro mundial da Shú, que odeia fogos e cornetas. E a minha mãe com três costelas quebradas em Bauru por dois meses. Complicadíssimo.

Em termos de torcida, tô contra. Não acho que o Brasil deva ganhar, de verdade. Tem eleição, uma eleição importante e que poucos tem discutido com profundidade. Governo do Estado. De SP e PR – e os dois me importam. Senadores, deputados e uma(um) presidente. Para mim, é meio que como a Copa de 70, quando a euforia mascarou um processo político nojento. No caso de agora, 2010, não é grotesco assim, claro. Mas já tem muita purpurina rolando. Lula é o cara, o político do ano, Brasil cresceu, cresce, vai crescer, já vamos ter Copa, Olimpíada etc e mais. Eu até que gosto do Dunga, acho ele merecedor, mas não consigo ter simpatia alguma pelo Kaká e só critico o fato de não ter nem um mísero jogador corintiano na seleção.
Na boa, e dentro dos limites da minha relação apaixonada e ignorante pelo futebol, a pergunta é: se é para levar o evangélico-virgem-contundido do Real Madrid, leva meu gordinho mais lindo, o artilheiro de todas as Copas, o fenômeno, humano, mas que faz, que impõe, que é inteligente como poucos e respeitado fora do Brasil. Aqui, não. Vale mais o bonitinho que vai ver quanto tempo consegue jogar. Sinceramente. Torço para Inglaterra e Argentina. Só porque é bom a gente ter pé no chão e querer manter o país evoluindo. A bola da vez precisa se manter na jogada – não deslumbrada pelas comemorações.

Ps. O primeiro jogo começou agora. Meu coração está disparado e já quero ganhar. Vai Robinho, pedala! Que merda ser brasileira! Não há racionalidade que resista.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quando sábado chegar


Ah, como eu amo os sábados. Dia sagrado para esta libanesa aqui, e não sagrado no sentido da reclusão – mas por ser abençoado e cheio de rituais, de belos momentos. Tive alguns sábados que são muito inesquecíveis. O primeiro que eu me lembro com esta importância foi o 4 de julho de 1998, Independence Day, em Nova York. Um americano muito gente boa, o Harry, me levou para dar uma volta de helicóptero por Manhattan. Vi os fogos ao meu lado, no por-do-sol lindo do verão de lá, em cima do enooorme Central Park, rodeando a pequena Estátua da Liberdade... Eu ria sozinha, porque não acreditava no que presenciava. O medo da altura foi embora em um minuto. E ainda voltamos de carro do Brooklyn de volta para o centro, vendo os fogos na Brooklyn Bridge.
Também me lembro do primeiro sábado em Londres. Maysa, uma amiga jornalista, nos levou passear em Camden Town e nos mostrou o que seria nosso ano naquele lugar. Fiquei boquiaberta a maior parte do tempo. Tudo muito diferente: pessoas, lugares, estéticas, conceitos, liberdades, interação... Foi o começo.

Atualmente, meus sábados cotidianos são mais tranquilos e não menos emocionantes. E é porque eu simplesmente amo os sábados, e sempre sempre sempre os aproveito com o mínimo de dignidade. Claro que já tive sábado triste, de choro, de hospital com alguém querido, ou com algum dedo meu quebrado... Mas a regra é alegria – porque é sábado e dá para fazer quase qualquer coisa. Você ainda tem o domingo para descansar, e vem do pique todo acumulado durante a semana que, às vezes, demora a terminar. Eu, geralmente, já tenho uma pequena gama de possibilidades sabáticas.

Na casa da minha mãe, o sábado é uma delícia porque a Vicentina está lá também, e sempre ficamos batendo papo na cozinha ao som dos beijos da Mileninha e com o aroma dos temperos da casa. Atualmente, quando vou para Bauru, perco parte do sábado na estrada. Perco, não. Ganho. Porque é sábado, e a estrada fica ainda mais gostosa. Tem caminhão? Tem. Mas o clima é outro. O segredo é sair cedinho e ir sem pressa para “a-pressiar”.

Tem sábado que eu passo na casa da Paola – na piscina, em almoços longos na varanda, com nossa tchurma ou só eu e ela. Tem sábado que eu fico no Fá – tomamos vinhos, lemos a Folha, assistimos tevê e rimos, sempre, muito. Tem sabadão que eu vou para os botecos. Aliás, não tem “baladinha” melhor pra mim do que uma tarde de sábado no Português, no Varanda, no Amadeus, no Aeroporto de Bauru... Rola até um sambinha.

Tem sábado que eu descanso para poder sair à noite – em Nova York, chama-se “disco nap”. É aquele cochilo para os adultos com mais de 30 conseguirem aguentar uma festa até mais tarde. Já tive meus sábados de mudança de casa e meus sábados de trabalho. Dia 19 mesmo, eu vou ter um desses: aula na pós da UEL, sábado inteirinho. Tive, tenho e sei que ainda terei muitos sábados de reclusão estudando: durante a tese, para escrever artigos, montar aulas, pesquisa, ler, quem sabe para começar a pensar em um pós-doc... E eu adoro. Vou intercalando com um jogo de futebol, um noticiário, um Saia Justa, um Furo MTV, uma hidratação caseira nos cabelos, e dá tudo certo.

Gosto de deixar a janela aberta para ver o sol do sábado, e a energia deste dia tão mágico. Cozinhar no sábado também é mais gostoso porque se tem mais tempo. Pode-se deixar a berinjela no forno devagarzinho enquanto se limpa a casa, ao som de alguma banda dos anos 80. Sim, anos 80 é ótimo para dar pique nas coisas. “Romeo had Juliete”, do Lou Reed, ou “She´s so cold”, dos Rolling Stones, fazem a vassoura virar microfone em um minuto. Mas só aos sábados. Também é o melhor dia para receber visitas. Dá para fazer almoço, jantar, lanche, até ceia. Sábado deve ter fartura e qualidade – é quando degusto meus melhores vinhos, ingredientes e sorvetes.


É o melhor dia para se ficar com quem se gosta, mas também é o campeão para se passar sozinho. Certamente não é um dia para fazer compras – está tudo lotado pelos que não tem tempo durante a semana. Em Londrina, o único lugar permitido para mim, aos sábados, é o Shangri-lá – porque lá é gostoso e diferente a cada dia da semana. Dá para comprar todos os jornais que eu gosto, pegar aquele pão integral fresquinho e tomar um café da manha meio brunch. Outro lugar para brunch de Londrina, e que é gostoso aos sábados, é a Pandor. Sem a pressa da semana, dá para pirar na degustação dos cafés e pães de lá. Porque sábado não tem relógio.

Sábado também é dia de assistir filmes. E em casa. Nem me arrisco no cinema – a não ser o ComTur, da UEL. Mas eu costumo guardar alguns bons filmes e/ou seriados para o sábado. Porque, de repente, você não quer que o sábado termine, e seu organismo acorda (como eu faço) para ver um pouco do Altas Horas, e, depois de um cappuccino, o corpo já está pronto para uma sessão de cinema na madrugada sonora do sábado. Ou o livro que eu sempre deixo para terminar no sábado; para terminar o sábado. Sempre nas madrugadas. O momento no qual eu quero me agarrar. O ainda sábado.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

10 tipos de gente para se ter cuidado, muito cuidado


1. Aqueles seres autocentrados demais para enxergar o outro. E, por isso, não tem respeito. E você vira um mero objeto de desejo, carência e neuroses, no plural. Acham que a relação com o mundo é de mera usurpação. Eu quero, e pronto! As simple as that.

2. Racorosos, odiosos e afins... São péssimos. Carregam aquela luz vermelha no olhar e sabem franzir a testa como ninguém. Geram, em mim, taquicardia e tremedeira.

3. Gente que sempre cumpre absolutamente com tudo o que fala. Meio estranho conseguir fazer isso hoje em dia.... Eu prefiro quem falha. Aliás, estou prestes a montar um grupo dos "eu falho, sim!". Porque tem um perfeccionismo irritante pairando no ar.

4. Pessoas que não gostam nem de crianças nem de animais. Ou que nunca se emocionam com eles... Desconfie.

5. Quem culpa, repetidamente, os outros pelos próprios problemas não é de se confiar, não.

6. E os que nem olham pra cara do garçom no bar, do frentista no posto, do seu próprio porteiro? Só mandam, exigem, reclamam. “Bom dia” e/ou “por favor” - dói?

7. Pessoas que não suportam ficar sozinhas são duvidosas. E carentes demais.

8. Quem cobra, cobra muito, cobra sempre, mas detesta cobrança. Complicado.

9. Visitantes que chegam na sua casa sem avisar antes. Só na Bahia se pode fazer isso. E olhe lá.

10. Quem não respeita a própria mãe não merece confiança, salvo alguns casos perdidos. Mãe é mãe. O resto, é Freud.