domingo, 2 de agosto de 2009

Mim, pé vermeio


Tive momentos absolutamente londrinenses no final de semana. Começou na sexta, finalzinho da tarde, com o Rogério e as histórias desta cidade. O combinado era um jantar e um tour pela cidade. Ficamos no aperitivo e fomos para a cidade bonita com um Bonara. Ele me mostrou tudo: o Zerão, a antiga rodoviária projetada pelo Artigas, o centro, a parte pública do Igapó. Contou do desenvolvimento das áreas, mostrou vistas lindas, estacionamos, andamos, fiquei com a bota toda pintada de terra vermelha e até fiz xixi atrás de uma árvore, e de frente para o lago. Guia turístico jornalista é a melhor pedida. Terminamos a noite no tradicional bar da Keiko, um reduto de tudo quanto é tipo de gente, que me pareceu inteiro hilário.
No sábado, fomos rodar a cidade atrás de uma casa para Rogério. Puxa vida, conheci tantos bairros daqui... Meu acesso era (bem) limitado ao centro de Londrina (que é diferente dos “centros” de outra cidade, porque é comercial, residencial, serviços, tudo junto). Mas fui para as outras regiões com seus nomes, histórias e ruas.
Tem a avenida Europa e as ruas Finlândia, Irlanda, Áustria, além da região das ruas Jordânia, Israel, logo ali... Do mesmo jeito que eu moro na Espírito Santo, perto da Goiás, Pará, Sergipe, Mato Grosso – que são cortadas pelas ruas com nomes de portos: Santos e Paranaguá. Tudo com uma lógica meio funcionalista que funciona.
Vi bairros construídos nos antigos cafezais – detonados depois de duas geadas fortes nas décadas de 50 e 70 – e um outro perto do parque Arthur Thomas, cheio de macaquinhos. A cada dúzia de quadras, avistava uma praçinha, com gente e cachorros passeando.
A jornada terminou em um bar na Borba Gato, com moradores daqui e esta bauruense maravilhada com o clima londrinense que eu começo a entender – apesar de admirar de longe desde o primeiro dia que cheguei para morar aqui. A cidade tem uma energia muito boa, das melhores que eu já senti em uma concentração média de habitantes.
Constatei que estou efetivamente morando em Londrina. A mudança foi tão rápida que eu ainda dizia por aí que estava (apenas) dando aulas no Paraná. Claro, até porque minha casa ainda está em Bauru. Preciso de tesoura aqui, não tenho. Assadeira, esqueci de trazer. Meu celular ainda é 14.
No próximo semestre, muda minha rotina. A aula na UNIP, em Bauru, ficou para segunda-feira, e na terça começo minha jornada aqui na minha cidade. Preciso me estruturar melhor, comer adequadamente, transferir a net para cá, telefone, descolar um sofazinho para a sala e assentar.
Estou em casa.
Gostar de Londrina é mera consequência de estar aqui, nos lugares certos e com as melhores pessoas.
Mim tem sorte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa descricao da cidade. Gostei da tua sensibilidade. Sou da UEL, faco pós em sociais e queria te conhecer. To viajando nos seus textos.