domingo, 7 de junho de 2009

Eterna lua-de-mel


Meus alunos da UEL acham que eu estou em lua-de-mel com Londrina. Se é verdade esta constatação, ontem tive minha primeira discussão com a cidade. Mas, logo depois de ver a face ruim daqui, encontrei um lado maravilhoso e aconchegante que me comprovou que este amor pela cidade veio para ficar.

Sábado de Filo (Festival Internacional de Londrina) - eu com ingresso para uma peça de um grupo local. Friozinho gostoso, saia, bota, mapa e carro. Fui sozinha e tranquila, certa de que andaria na avenida Duque de Caxias daqui como ando na de Bauru. Ledo engano. A avenida vira rua em um determinado momento e é imensa. Fui para o lado errado, depois voltei tudo, tentei chegar até o início da rua pelas ruas paralelas – em vão. O calçadão apareceu na minha frente, fazendo com que eu achasse que aquele teatro não existia. O desvio me levou para perto da rodoviária e eu já nem sabia como voltar. O problema já nem era mais a peça “A Quem Interessar Possa”. Já havia perdido o horário. Voltar para as ruas que conheço era o meu maior objetivo.

Quase lacrimejei de emoção quando avistei a rua Pará, onde minha irmã mora. Ufa. Tudo sob controle. Decidi ir a um bar na rua João Pessoa onde estão sendo as baladinhas do Filo. A rua corta a avenida JK; então, achei que seria simples. Mas não. Mesmo problema: quando peguei a rua paralela para achar o lugar que queria, fui levada totalmente para outro lado. Para voltar para a JK, outro parto. E a raiva de não encontrar os lugares que planejei me deixou ainda mais acordada e com vontade da noite londrinense.

Nem precisei pensar muito para chegar ao Vilão, bar que eu tanto queria conhecer, perto de casa, do qual a Lu sempre falava. Foi aberto em 1978, e é o bar mais antigo da cidade. A entrada é linda: um corredor cheio de verde e com umas mesinhas para duas pessoas que deve ajudar qualquer namoro. Nos primeiros passos já deixei para trás qualquer mágoa da cidade. Eu havia encontrado o Vilão.

A iluminação é perfeita (tem uma mega-escultura de vela), o som é incrível (tocou Air) e cada cantinho tem mil coisas. E tem lareira e vários jogos antigos para brincar. Quadros, muitos quadros e imagens. Todos os tipos de gente em um espaço perfeito.

Cheguei perto do homem sentado atrás de uma caixa registradora antiquíssima, pedi o cardápio, uma taça de vinho, e sentei em um banco perto dele. Em poucos minutos, muita conversa e uma intimidade como se já o conhecesse. William, dono do Vilão, é inteligente, engraçado, muito gentil e foi a melhor companhia que eu poderia ter.
Conversamos muito a noite toda. Ele senta em uma cadeira antiga de barbeiro, coloca o som da noite e controla as contas dos clientes com rapidez e tranqüilidade invejáveis. Eu nem vi o tempo passar assistindo William trabalhar, tomando vinho, dedilhando os livros que mostram o Vilão...
Quando vi, o bar estava fechando.
Depois, já estava fechado.
Melhor: a daschhund Rita (em homenagem à Cadilac) veio nos fazer companhia.

Quando eu achei que a cidade pararia de me agradar, ela me mostra um canto para mim e uma companhia incrível para rechear minhas noites londrinenses.

ps. foto extraída do site do bar (www.vilaobar.com.br). É justamente neste cantinho que fiquei. Lindo, né?


3 comentários:

F_ARO disse...

TINHA WAR PARA JOGAR LÁ?
SE TIVER, ESTOU EM CASA.

Unknown disse...

GOSTOSO DE LER.OBRIGADO.A RITA TBM AUGRADECE.

Anônimo disse...

E Má, você achou o Armazém de Londrina!!!