segunda-feira, 3 de novembro de 2008

publicado em 1993

“Pensamento vem de fora
e pensa que vem de dentro,
pensamento que expectora
o que no meu peito penso.

Pensamento a mil por hora,
tormento a todo momento.
Por que é que eu penso agora
sem o meu consentimento?

Se tudo que comemora
tem o seu impedimento,
se tudo aquilo que chora
cresce com o seu fermento;
pensamento, dê o fora,
saia do meu pensamento.

Pensamento, vá embora,
desapareça no vento.
E não jogarei sementes
em cima do seu cimento.”

Livro "Tudos", de Arnaldo Antunes.

Um comentário:

Diego Cesario disse...

As vezes penso que penso de mais e hajo de menos...
(e não reclame mais que eu não posto no meu blog!)