quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Quem não comunica...


Balanço da Semana de Comunicação da UEL:

- incrível a disposição e força dos alunos. Levaram palestrantes ótimos e variados, organizaram tudo e ainda fizeram uma cobertura online. O ótimo blog Londripost, criado pelo aluno Vitor como trabalho de conclusão de curso, participou das palestras passando informações pelo Twitter e encaminhando as perguntas dos alunos que não puderam ir, ou de outros “seguidores” do blog. E isso trouxe uma dinâmica interessantíssima para os debates. Tanto que, com eventos ocorrendo simultaneamente, a não-cobertura do Londripost em algumas palestras fez falta.

- conheci gente incrível. O Zezão, um radialista de 64 anos que trabalha desde os 13 no rádio. Diego Prazeres, editor de esportes do JL. Tony Hara, filósofo, jornalista, historiador, radialista, elétrico, casado com a Patrícia Zanin... E os interneteiros da cidade: Cláudio Osti e Nelson Capucho. O primeiro faz, sozinho, o debochado blog sobre bastidores “Paçoca com Cebola”. Figuraça. Não conseguiu responder uma pergunta sequer sem fazer uma plateia de mais de 60 alunos morrerem de rir. Eu, inclusive. Absurdamente realista e sincero, discutiu ética e teoria da comunicação fácil fácil. O amigo Capucho, que faz o famoso e importante site Londrix, mostrou a mesma tranquilidade ao falar sobre a nossa profissão. Homem vivido, de ótimo humor e muito carinhoso na sua fala, ele foi um dos mais críticos e preparados. Levou jornais antigos de Londrina e ainda distribuiu alguns exemplares do seu livro de poesia.

- ouvi bastante os termos “antigamente”, “na minha época”, e os jargões que usamos para falar sobre nossas experiências que indicam que somos de outra geração. Percebo isso em mim e na fala dos jornalistas que participaram do debate. Falamos do “gilette press”, do vinil que ocupava salas e salas nas rádios, dos laboratórios de fotografia nos jornais, dos longos textos, do aparato para se entrar ao vivo em uma programação, das dificuldades que detestávamos e, aparentemente, adorávamos... O relato romântico do passado dá sentido para a nossa memória.

- a palavra de ordem, em todos os debates dos quais participei, é criatividade. Talvez o jornal não morra, talvez a minha geração pra frente esteja aprendendo a lidar com as novas tecnologias, talvez a decisão do STF em relação ao diploma de jornalismo não mude nada, talvez a internet possa mesmo ser nossa aliada nas possibilidades de criação, talvez ainda haja saída. Mas, hoje, na mesa-redonda que mediei, Zezão falou, sem pudores, uma palavra que motiva a criatividade: tesão. Jornalista sem tesão, realmente, não tem solução.

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