segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pronta para o 38

Não deu nem tempo de sofrer por completar, já e ainda, 37 anos. Ando trabalhando muito, viajando também, e envolta com pensamentos sobre o futuro – não sobre meus anos anteriores. O 36 ficou pra trás como um marco para mim. Minha mudança para Londrina e a morte do meu pai. Ano difícil, triste, definitivo.

Quando vi, já era sexta-feira e eu pegava a estrada para Bauru. Ouvi no rádio: dia 8 de abril. CBN me deu o primeiro glimpse de felicidade: uma reportagem sobre a falta de professores na UEL. Apesar da falta de profundidade, fiquei feliz. O tratamento exclusivamente elogioso à universidade, feito pela imprensa londrinense, me incomoda desde sempre.

Como sabia que teria comemorações em Bauru, comecei ali mesmo, sacando um antigo CD que há anos não ouvia: Cássia Eller. Depois, passei pelo amor dos meus últimos anos, companheiro inseparável, e que me ins-pira nos momentos de estudo, de diversão, de tristeza, de solidão, de festa. Chico cantou como nunca a música “Sem Compromisso”, que eu tanto amo e que me faz dançar e sorrir fácil. Shú mal dormiu – estava aproveitando tanto quanto.

No almoço da minha mãe, aquela delícia: milehi, que os Buzalafs chamam de chacrie (que parece ser o nome correto – mas vou continuar a usar o nome da família da minha mãe). O prato principal é o “molho” de coalhada com vááááárias cebolas cortadas em tiras e fritas na manteiga ou azeite, muito alho, muita hortelã e um tantinho de pimenta do reino. Acompanha o arroz com espagueti picado ou macarrão cabelo de anjo – chamado arroz com macarrãozinho pela Norma. E mais nada. Os árabes acrescentam carne, mas minha mãe adotou a receita veggie pra me satisfazer plenamente. E deu certo. A carne fica totalmente desnecessária, mesmo para os carnívoros, porque é tudo muito bem temperado.

Almoço recheado de beijos da Milena e o preparo/descanso para o sábado, que trouxe um presente: meu tio Dua, irmão do meu pai, que não consegue mais visitar a casa da minha mãe tamanha saudade que sente, engoliu sua tristeza e foi me dar um beijo. Batemos papo e “pitamos” (termo dele) um cigarrinho juntos – foi uma benção ter ali, ao meu lado, em uma data especial, um pedaçinho do meu pai.

Conforme agendado com a tchurma, todos se encontrariam na casa da Paola às 17h, mas cada um foi aportando quando podia. Ao chegar lá, aquela surpresa típica dos de Angelis: recados no espelho, enfeites pela casa e bexigas everywhere – tudo verde e rosa, Mangueira, como gosto. Só Paolíssima mesmo para fazer isso.

Sei que, quando percebi, estávamos nós seis – Fá, Pá, Laura, Dani, Beto e eu – morrendo de rir em um dos melhores encontros com a turma que tivemos até hoje. A noite foi cheia de vinhos, gargalhadas e sintonia com todos. Minhas três amigas doidinhas fizeram uma performance pra mim – ideia da Pá. Era uma música do Balão Mágico com letra adaptada por Dani Guedes para mim. Não sabia se ria de alegria ou chorava de emoção. Fiz os dois.

Se chegar aos 37 é aumentar ainda mais a felicidade e a certeza sobre a vida, que venham meus 38 anos. Porque a idade não pesa tanto quando se tem sentimentos verdadeiros e intensos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu PRECISO conhecer Laura e Fabricio e rever Paola, Dani e Beto. Até a casa da Paola eu lembro certinho. E já se vao mais de 22 anos. Outro dia lembrei da festa de 15 anos dela. Vc se lembra? Bons tempos... saudades. beijos do Paraguai. V.