terça-feira, 12 de abril de 2011

encolhimento

Dizem que encolhemos à medida em que envelhecemos. De fato, existe um diminuimento geral, mas o que mais encolhe mesmo é a família. Vamos perdendo um a um na certeza/tristeza de que o processo não cessa. E é aquela coisa: com ou sem aviso prévio, a morte é um susto inevitável.

De um ano pra cá, minha mãe travou uma batalha contra esse encolhimento. Depois de tratar e se curar de dois tipos de câncer, ela conviveu com a dor dos outros. Em maio do ano passado, foi meu primo Marco, que caiu morto enquanto fazia uma caminhada - deixando minha tia Nilce desconsolada. Logo depois, meu pai foi embora - e Norma entrou na tristeza da tristeza. Levantou, porque ela é mesmo muito forte, mas rapidamente precisou voltar à (terrível) sala de velório da Terra Branca. A cunhada-quase-irmã foi embora em janeiro. E nesta madrugada, mais uma dor: tia Alice, a irmã mais velha dos Nemes, não aguentou mais. Foram meses na cama... Eu fui vê-la nas duas últimas vezes em que estive em Bauru.

Puro encolhimento. Puro sofrimento.
Ou, talvez, algum tipo de crescimento para nós, ignorantes espirituais que não sabemos lidar com a morte.
Hoje acordei pequena demais.

3 comentários:

vanessa disse...

Lori, meus sentimentos... cariños, v.

Anônimo disse...

Meus pensamentos,
Minhas palavras,
Meus pensamentos. (Beto)

sô disse...

A flor dos Nemes está se despetalando. Ainda bem que há tantos e lindos brotos florindo.