sábado, 21 de março de 2009

24 HORAS

O sistema de concursos no Brasil pode ter sido inspirado na ficção norte-americana. Você faz todo o arsenal (única palavra que eu encontro para descrever o sistema de inscrição, com tudo carimbado, documentado, rotulado...) e manda. Ok, sua inscrição deu certo - avisa a central.
Mas, para prestar a prova, para passar pela banca, você precisa sortear um ponto, de dez temas oferecidos no edital, para montar uma aula exatamente 24 horas depois. Se presta concurso longe, como é o caso da maioria, fica impossível levar a biblioteca até a cidade do concurso. Também não dá para preparar todos os possíveis assuntos.
Geralmente, você consegue alguém para fazer o sorteio para você. Mas nada é tão fácil no país da burocracia. Precisa, sim, fazer a procuração, mandar para a pessoa, que sorteia o tema e logo te avisa. Começa, então, the final countdown.
Você tem um dia completo para elaborar o plano de aula, o que vai usar, o que vai mostra, o que vai botar na lousa, como vai começar, como vai finalizar, que bibliografia usou, imprimir tudo.... A aula é sempre para professores qualificados, mas você precisa agir como se fossem alunos.
No final, o candidato Jack Bauer só pode ter dois caminhos: conseguir chegar lá primeiro que o concorrente; ou ter de buscar um asilo acadêmico em outro país.

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