quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ACEITO, MAS NÃO ENTENDO ou NÃO ENTENDO, MAS ACEITO


A ideia tem regido o começo de 2010 em vários setores da minha vida. É aquela certeza de que tem coisas inexplicáveis com as quais precisamos conviver, suportar ou lidar. São regras, relações, reações, datas, sentimentos que vão além do entendimento emotivo, que batem e voltam sem nenhuma ressonância com o que a nossa compreensão entende.

Primeiro estopim foi a volta das aulas na UEL. Eu estava crente que era logo no dia 4 de janeiro, primeira segundona do ano. Peguei a estrada e, no dia 5, 8h da madrugada, estava lá toda pronta para dar aula. Esperei, esperei e estranhei o vazio do câmpus. Perguntei para o seu Manoel, vigia do CECA, e ele me avisou que as aulas só retornariam na quinta. Quinta? Por que não segunda-feira? Não entendi, mas aceitei.

Voltando para Bauru, um piripaque no meu carro. O Megane é possante, todo tecnológico, mas tem 95 mil km rodados e vive comigo na estrada. Foi chegar aqui para ele começar um barulho absurdo que, mesmo sem entender, eu percebi que era grave. Liguei para o Bolacha, meu mecânico. Pelo telefone, ele disse que o carro precisaria de um guincho para levá-lo. Tudo bem. Esperei um bocado e, quando liguei dizendo se ninguém iria buscar no meu pretinho, ele avisou que era melhor acionar o seguro, que faz este serviço de graça. Eu não sabia. Depois, Bolacha me ligou para dar o diagnóstico e o orçamento do problema. A ligação estava ruim e eu entendi que a “folia” havia quebrado. Depois de repetir isso para duas ou três pessoas, corrigiram minha gafe. É a “polia”, não “folia” motriz. Pior ainda: a tal peça quebrou e foi detonando algumas outras partes do carro. O mecânico tentou explicar, mas eu sou ignorante em assunto de carro. Depois da bomba do preço, e sem ter opções, mandei consertar. Aceito, mas não entendo.

Mais difícil ainda foi aceitar os quatro (4!) pedágios inaugurados simultaneamente na Marechal Rondon entre Bauru e Assis. Para quem quiser ver, é só pegar a estrada para Piratininga e esperar uns 12Km. Logo aparece o primeiro pedágio, lindo, todo iluminado, em uma rodovia de pista simples e sem acostamento. Falei para os atendentes: das quatro cobranças, a de Piratininga é a mais absurda; impossível de ser compreendida. Mas pago para poder passar.

Também não entendo algumas pessoas que são mal humoradas, agressivas, superficiais, maldosas... E as regras institucionais, sociais e veladas dos ambientes de trabalho, então? Outra notícia que recebi esta semana e que está difícil de engolir: minha madrinha, a tia mais agitada e modernosa, está com Alzheimer. Sem possibilidade de compreensão.

Mas, felizmente, tem os fatos da vida que a gente aceita deliciosamente. O melhor exemplo do ano: a viagem para Trancoso com a Paola devidamente agendada para o dia 21 de janeiro, quinta. São cinco anos sem férias, muitas viagens imaginárias que planejei e que não aconteceram. Mas, com a Pá, é diferente. Ela abraça a causa, programou vôos, transfers, e eu apenas ajudei a escolher a bela pousada Capim Santo. Não entendo como ela é tão organizada e centrada assim, e como deu tudo tão certo para este passeio, mas eu deliciosamente aceito e vou aproveitar cada minuto da Bahia com minha amiga-irmã. Estou emocionada de pisar em um lugar tão histórico, belo e energético. Escrevo de lá.

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