sábado, 6 de agosto de 2011

O apreço do avesso

São Paulo não é tão assustadora assim. Da janela do hotel, é uma cidade gráfica em movimento. Mas se fecharmos os olhos, dá pra imaginar o que acontece porque a trilha sonora paulistana é constante e narrativa.
Foram quatro dias de um congresso que me possibilitou conhecer um tanto enorme de pessoas e de pesquisas. Apesar de pegar horários de pico para ir e voltar da ECA (Escola de Comunicação e Artes), não fiquei nem um momento encurralada na marginal - nem tensa. Bem ao contrário. Ficava admirando a beleza da cidade (São Paulo está linda linda) e entusiasmada com a intensidade e as possibilidades de tudo lá. Acho que fiz as pazes com a minha capital. Sim, porque posso até morar em Londrina, mas minha capital sempre será Sampa.

Na USP, encontrei um espaço para debate e para deslumbramento. O prédio da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), do Artigas, é absurdamente lindo – todo em concreto, cheio de vãos livres e jardins belíssimos. O anfiteatro, então... Foi lá que tivemos grande parte das discussões que me situaram melhor na área de comunicação dos países ibero-americanos.

Grande parte dos pesquisadores que foram, além de brasileiros, eram da Espanha, Portugal, México, Argentina, Colômbia, Chile, Bolívia, Equador... Quando você estava acostumando com o espanhol predominante, vinha um luso-sotaque que te quebrava as pernas. Mas foi interessante ver como a língua não é barreira. O palestrante argentino ouvia a pergunta/comentário em português e respondia em sua língua... Integr-ação de verdade.

Claro que tem muita gente que participa apenas para engordar o currículo. Pra mim, trouxe clarezas, motivações e inquietações que me empurrarão pra frente e me levarão de volta a doce São Paulo. É que quem vem de outro sonho feliz de verdade aprende depressa a chamá-la de uma graaande cidade...

Nenhum comentário: